Clássico: vale muito e não vale nada

O clássico que não vale nada mas vale muito. Um Atlético x Cruzeiro pela fase classificatória do Campeonato Mineiro tem que ser relativizado. É importantíssimo para a moral de quem vence e terrível para quem perde, mas é uma partida que tem que deve ser pensada da maneira como o Campeonato Mineiro deve ser pensado: um momento de teste, laboratório e experiência. Importante ter a pressão de torcida, disputa acirrada e vontade de vencer, mas é um teste! O estadual não vale. E, já falei disso nesse blog, é estúpido ter um clássico de uma torcida só. E um Atlético x Cruzeiro para pouco mais de 9 mil pagantes é uma vergonha.

Valeu para o vitorioso Atlético, que provou a boa forma de Leonardo Silva, que para mim era uma temeridade estrear em um clássico. Mais temoroso ainda era Jackson, fraco como meia, incógnita como volante, uma surpresa como lateral. Valeu a aposta de Dorival. Foi bem, se tornou uma opção para o futuro e ainda foi decisivo ao dar o passe para o segundo gol de Tardelli. Mas tem coisas ainda a mexer. Renan Oliveira dormiu, Werley teve altos e baixos e Magno Alves desapareceu. As laterais atleticanas ainda preocupam.

Do lado azul, Pablo provou que ainda não dá para ter certeza de sua presença no time, seja em qual posição for. Leandro Guerreiro foi razoável, mas é anos-luz mais limitado que Fabrício, na minha opinião o melhor volante do Brasil. No ataque, o Cruzeiro tem que jogar em função de Welington Paulista e Thiago Ribeiro. São ótimos atacantes, mas não são homens de área. Ambos têm muito a acrescentar e podem ser melhor aproveitados.

No jogo, uma série de erros. No primeiro gol do Cruzeiro, um espaço tolo deixado pela defesa alvinegra. O pênalti que Léo provavelmente fez em Werley foi uma tolice. Ainda tenho dúvidas sobre a falta, mas se ela foi cometida foi uma tolice. No intervalo, nada mais ridículo do que Roger dizer que vai entrar no lugar do "número 7" e evitar falar o nome de Gilberto. Bobagem que pode interferir no dia a dia de Cuca. Montillo desapareceu, mas Tardelli fez o que não fazia há muito tempo, gols, que podem lhe dar a confiança para voltar a crescer.

O temor da torcida do Atlético em relação a Jackson foi diminuído pela atuação sem sustos do jogador, que, improvisado na lateral, deu até passe para gol (o segundo de Tardelli). Mas não dá para pensar em mais do que isso. Mas o time mostrou que Dorival sabe o que faz com o elenco. Cuca, por sua vez, apostou em Pablo e deve ter percebido que deve pensar em melhorias para a lateral. Thiago Ribeiro sumiu, assim como Montillo. São peças fundamentais. Victorino vai aumentar o nível da zaga, preocupante até agpra. Mas a base é boa. E pode dar resultados.