Livro revela detalhes de brasileiros que defenderam outras seleções

Não faz muito tempo que uma das maiores honras, se não a maior, da carreira de um jogador de futebol era defender a seleção de seu país. Com o passar do tempo, acompanhamos uma mudança brutal nesse perfil e nem todos demonstram mais esse desejo. O resultado, para ficar apenas nos exemplos brasileiros da última Copa do Mundo, são brasucas italianos, portugueses, espanhóis e até mesmo croatas. E são esses os personagens do livro "Expatriados Futebol Clube - Os brasucas que optaram por outras bandeiras", do jornalista e historiador Frederico Teixeira. O autor reúne em sua obra a história de 140 brasileiros que se naturalizaram para defender seleções de outros países, além de diversos casos curiosos sobre o assunto.



O resultado da pesquisa é uma série de histórias diversas, de superação, de esperança e até de agonia de boleiros com e sem identificação com seus novos países. Frederico reuniu personagens históricos, como Filó, paulista que se tornou o primeiro brasileiro campeão do mundo, defendendo a Itália, em 1934, famosos como Diego Costa, e inusitados, como os do "polonês" Tales Shcütz, do "bielorrusso" Renan Bressan ou do "búlgaro" Lúcio Wágner.

Diante do alto número de brasileiros naturalizados no mundo da bola, o autor optou por reunir exemplos de 34 nações diferentes. O leitor vai encontrar lá as histórias espanholas de Marcos Senna e Catanha e as turcas de Márcio Nobre e Marcos Aurélio, mas não vai deixar de se surpreender com casos que ficaram bem longe dos holofotes, na Sérvia (Cléo) e no Irã (Edinho), por exemplo, assim como situações especiais de naturalização brasileira em massa em países como Togo, Guiné Equatorial e Timor Leste, entre outros. Nesses casos, a veia de historiador do autor entra em ação e resume, em cada capítulo, a história desses países. 

Além das trajetórias curiosas de cada boleiro em direção à nova bandeira, Frederico mostra também casos especiais, como os de gringos que conseguiram a cidadania brasileira, de brasileiros que nasceram no país, mas que são filhos de estrangeiros ou se mudaram muito cedo, e até mesmo de gringos que defenderam a camisa amarela, mesmo que por pouco tempo, como o boliviano Marcelo Moreno ou o inglês Sydney Pullen.

Outras histórias interessantes que compõem o livro são as dos brasileiros que não concretizaram o processo de nacionalização e uma lista de jovens que podem ser os próximos a engrossar a lista de atletas que veremos em outras seleções. Com uma série de ingredientes necessários a um bom livro para os fãs de futebol, "Expatriados Futebol Clube" é também o documento de uma época. Vale a leitura.

O livro, que tem 214 páginas e edição do autor, pode ser encontrado na Livraria Scriptum (Rua Fernandes Tourinho, 99, Savassi, em Belo Horizonte) por R$ 25 e também pode ser adquirido diretamente com o autor, com preço promocional, pelo e-mail fredericoangelot@bol.com.br.

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