Galo volta a oscilar e perde mais uma vez

A evolução tática que o Atlético mostrou no meio da semana, quando enfrentou o Santos, foi para o espaço ontem na pífia exibição da equipe diante do Vasco, em São Januário. A partida seria naturalmente complicada, por se tratar de um confronto contra um dos líderes do Campeonato Brasileiro em um dia em que Cuca não contou com quatro peças fundamentais do esboço de reação que o time deu contra o Peixe. Mas a ausência de Réver, Pierre, Triguinho e Bernard transformou o Galo em uma equipe desconexa e perdida.

Werley foi mal na zaga, mas melhorou o setor defensivo quando cobriu o lado direito

O primeiro tempo do Atlético foi lamentável. Em menos de 20 minutos, sofreu dois gols e poderia ter levado pelo menos outros dois. A facilidade com que o Vasco, desfalcado, chegou à defesa alvinegra, foi incrível. Mais uma vez o time deixa espaços enormes quando Pierre não está em campo. O reflexo foi uma série de erros de Fillipe Soutto, a má colocação de Richarlyson e uma atuação perdida de Serginho.

Cuca errou ou optar pela entrada de Eron desde o início. O lateral-esquerdo foi nulo ofensivamente e limitado demais defensivamente. No setor, Triguinho funcionava como um terceiro zagueiro e ajudou demais a defesa atleticana. Com Eron de um lado e Carlos César ou Serginho na lateral, o time deu muitos espaços. Erro que foi corrigido com a entrada de Lima, que empurrou Werley para a lateral e fez o time ganhar em consistência defensiva.

Se ganhou na defesa, o meio-campo e o ataque do Atlético foram uma nulidade. Renan Oliveira pouco foi notado em campo, não foi auxiliado pelos volantes e ficou isolado, tentando voltar para armar alguma jogada. Se a bola não chegava a Renan, muito menos no ataque. Neto Berola ainda tentou voltar para criar alternativas, mas Magno Alves não foi nem um pouco participativo. As entradas de Didira e Jonatas Obina nada acrescentaram. O time estava confuso, sem ligação entre os setores, nada criativo e pouco eficiente na defesa.

Na prática, a tabela ajudou o Atlético, que se perdeu a chance de sair da zona de rebaixamento, não perdeu contato com Ceará e Cruzeiro, os adversários que estão mais próximos e que também perderam. O Bahia empatou e ainda pode ser superado, enquanto Atlético-PR e Avaí continuaram atrás. Com Réver, Triguinho, Bernard, Pierre e Daniel Carvalho o time tem como ser mais eficiente no sábado, contra o Fluminense. Desatenções e atuações abaixo do nível como a de ontem podem custar caro nesta reta final.

Foto: Vinnicius Silva